Hotel Fazenda Vale de Santa Fé

Uma terra que moveu a economia do Brasil no século XIX. Os morros e colinas eram cobertos por cafezais que fizeram a fortuna dos barões do café. Mas o desmatamento e a exploração contínua das terras tornaram elas inférteis.

Vale do Café, no sul do estado do Rio, está se reerguendo após décadas de abandono - Hotel Fazenda Vale de Santa Fé.
Foto: Diego Mendes

Uma terra que moveu a economia do Brasil no século XIX. Foi tão importante que deu outro nome ao Vale do Paraíba, no sul do estado do Rio de Janeiro: Vale do Café – uma região que está se reerguendo após décadas de abandono. Os morros e colinas eram cobertos por cafezais que fizeram a fortuna dos barões do café. Mas o desmatamento e a exploração contínua das terras tornaram elas inférteis. O que se vê hoje é um renascimento.

O Globo Repórter desta sexta-feira (8) mostrou as novas riquezas do Vale do Café, que retomou a produção do grão de forma sustentável. A região, que tem quase 200 propriedades históricas, ficou décadas sem produzir café. Atualmente, cinco fazendas fazem parte de um projeto de retomada da produção cafeeira – mas, agora, de forma sustentável.

‘É a oportunidade que eu tenho de contar a história dos meus’, diz historiadora sobre a herança africana no Vale do Café

Uma mansão no Vale do Café transformada em museu possui acervo raro de roupas de uma das primeiras feministas do Brasil. Eufrásia Teixeira Leite foi a primeira brasileira a investir na Bolsa de Valores. Era tão independente que se recusou a casar, num tempo em que os maridos ficavam com o dinheiro das esposas. O acervo raro na América Latina atrai pesquisadores.

“O Vale do Café vai deixar um legado cultural muito grande para o Brasil”, afirma historiador Antônio Carlos da Silva.

O Vale do Café foi o tema de estudos de Antônio Carlos, da graduação ao pós-doutorado. Ele morou quase dez anos no Rio de Janeiro para se dedicar à faculdade de História.

O programa também contou um pouco da história da Silvana Nunes. Formada em História, ela nasceu em Vassouras, uma das principais cidades do Ciclo do Café. Para Silvana, contar histórias para os visitantes é um propósito de vida.

“Por que eu entro numa fazenda histórica e conto a história dos senhores do Vale se é a oportunidade que eu tenho de contar a história dos meus?”, questiona.

Cultura
Um parque ecológico no Vale do Café abriga exposições surpreendentes. O local foi idealizado sonhado por um casal de músicos que encontrou no Vale do Café trabalho e refúgio.

“A gente está sempre pensando no que pode ser feito aqui que não tem em nenhum outro lugar”, diz a harpista Cristina Braga.

Você sabia que a cidade de Conservatória (RJ) pode te transportar ao passado? Quando o Cine Metro – localizado na Tijuca, Zona Norte do Rio – fechou na década de 1970, Ivo Raposo resgatou equipamentos e peças que iam para o lixo e levou tudo para a cidade, onde passava os fins de semana. Assim nasceu o cinema Centímetro, um programa nostálgico em Conservatória.

Há 143 anos, o Vale do Café mantém a tradição das serestas viva. Conservatória, a cidade que respira música, ficou quase dois anos em silêncio por causa da pandemia. O seresteiro Edgar Carillo Vilela saía em serenata, sozinho, numa tentativa de salvar a tradição – e a si mesmo. Outra tradição que permanece viva na região é a Folia de Reis.

Culinária
O programa também mostrou como é produzido o sorvete feito com leite de búfala. Dentistas que trocaram a vida no consultório pela paixão de viver ao ar livre produzem delícias que têm o leite de búfala como matéria-prima.

Fonte: G1 – 09/04/2022.