De carro ou de avião, a escolha do destino e cuidados básicos são essenciais para uma viagem tranquila.

As viagens de férias com a criançada costumam ser pura diversão. Para garantir bons momentos de brincadeiras, jogos e descobertas de novos lugares, o planejamento começa ainda na definição do destino e na preparação do trajeto. O pediatra do Hospital Pequeno Príncipe Nilton Kiesel Filho (CRM Paraná 8961) orienta que viagens muito longas devem ser a última opção da família, pois elas podem ser cansativas e desconfortáveis para os pequenos. Prefira os trajetos mais curtos, que somados a cuidados básicos tornam a viagem prazerosa e com as melhores memórias. O médico indica alguns pontos de atenção:

Viagem de carro

• Nas viagens durante o verão, a água fresca é uma companhia essencial.
  
• É importante programar paradas frequentes para relaxar, ir ao banheiro e movimentar-se.
  
• Cuidado com os lanches pesados, gordurosos, muito temperados ou de origem duvidosa.
  
• As crianças precisam ser protegidas do sol e do calor.
  
• Para as crianças que têm enjoo, o pediatra pode indicar um remédio que evite o desconforto. Algumas medidas ajudam a prevenir o problema, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP): ingerir alimentos leves e de fácil digestão antes e durante a viagem; orientar a criança a olhar para um objeto parado fora do carro; e manter a janela aberta. Um encosto de cabeça também contribui para minimizar os movimentos do carro.
  
  

Viagem de avião

• A hidratação é importante durante toda a viagem.
  
• Sempre que possível, movimentar-se pelos corredores do avião e alongar-se.
  
• Um lembrete importante é a mastigação e o uso de chupeta na altitude para evitar a dor nos ouvidos durante as decolagens e pousos. No caso dos bebês, a amamentação no peito ou o sugar da mamadeira auxilia no ajuste de pressão nas orelhas.
  
• Para as crianças ficarem mais tranquilas, é interessante ter em mãos alguma distração, joguinhos, desenhos e brinquedos.
  
• Em viagens de longa duração pode ocorrer o jet lag, com sintomas de cansaço, desconforto gástrico e insônia. A SBP orienta tentar ajustar os horários de sono da família uns dois ou três dias antes, descansando bastante antes da viagem, e dormir o quanto puder durante o voo. Após a chegada, realizar atividades externas, em locais iluminados, e aproveitar a luz do dia, seguindo o horário local do destino. Se possível, manter as crianças acordadas até o horário em que costumam ir dormir.

A SBP indica também levar um “kit” medicação durante as viagens, com: antitérmico, antialérgico, antiemético (enjoo e vômito), repelente, protetor solar e curativos adesivados, além das medicações de uso pessoal contínuo.

Outro alerta importante na chegada ao destino é estabelecer para as crianças uma rotina de passeios e brincadeiras sem esquecer os momentos de alimentação e um tempo mínimo de sono e descanso para os pequenos.

O especialista do Pequeno Príncipe lembra que fazer das viagens com crianças um momento especial é saudável para o relacionamento e para promover novas descobertas. Dessa forma, escolher lugares adequados, que contemplem o bem-estar de toda a família, é fundamental. “A principal dica é desfrutar as férias, pois podem ser momentos inesquecíveis e deixarão muitas histórias para contar.”

Segurança em primeiro lugar
A segurança das crianças durante as viagens é uma prioridade e merece toda a atenção. É obrigatório por lei e indispensável o uso de dispositivos de retenção veicular infantil (bebê-conforto, cadeirinha ou assento de elevação) para o transporte de crianças em carros. A organização Criança Segura orienta a forma correta de utilizar os dispositivos:

Crianças de 0 a 1 ano de idade: bebê-conforto
Nessa faixa etária ou até atingirem o peso máximo indicado pelo fabricante (geralmente 13kg), as crianças devem utilizar o bebê-conforto. O equipamento é instalado de costas para o movimento, com inclinação de 45°.

Crianças de 1 a 4 anos de idade: cadeirinha
Nessa faixa etária ou enquanto estiverem no patamar de peso indicado pelo fabricante (geralmente de 9kg a 18kg), as crianças devem usar a cadeirinha. O equipamento é instalado de frente para o movimento, na posição vertical. Possui sistema de retenção de cinco pontos, o que distribui melhor a energia do impacto em caso de colisão.

Crianças de 4 a 7 anos e meio de idade: assento de elevação (ou booster)
Nessa faixa etária ou enquanto estiverem dentro do limite de peso indicado pelo fabricante (geralmente de 15kg a 36kg), as crianças devem usar o assento de elevação (ou booster). O equipamento serve para que a criança, sentada, fique mais alta. Assim, o cinto de segurança do carro passará nas partes do corpo que são capazes de suportar o impacto de uma colisão ou freada brusca (quadril, centro do peito e meio do ombro).

Fonte: G1 - 20/12/2021.